domingo, 12 de fevereiro de 2012

De 1998, mesmo.

Esse blog é mais uma parte de minha memória do que qualquer outra coisa, acho que não tem definição melhor do que essa.

Embora não seja de meu interesse que as pessoas entendam, esse espaço significa pra mim uma lembrança boa que quero eternizar não apenas em meu coração e em papeis amarelados.

Quando eu tinha entre 3, 4 anos de idade já manifestava sinais de amor pela escrita e leitura, fosse em quaisquer lugares que eu visse ali uma 'oportunidade', desde um papel de pão, até livros e principalmente os gibis.

Eu aprendi a ler com essa idade e com gibis, com a ajuda da minha irmã - que é 5 anos mais velha do que eu.

Eu me apaixonei tanto por aquela sensação que desde então as letras, as palavras, as frases, as orações, as dissertações, as narrativas, as inúmeras maneiras para descrever o 'ato' da redação, da escrita, entraram em minha vida e nunca mais saíram.

Entrei na escola em fevereiro de 1996 com 6 anos de idade, não fiz "pré", mas era tão dedicada quanto qualquer aluno que passara por todas as etapas.

Não era perfeita, claro, mas eu realmente amava a ideia de aprender.

Aos 8 anos de idade decidi que queria ser "escritora" quando crescesse, e a partir daí comecei a escrever sem parar, não podia ver uma sulfite dando sopa que já tratava de preencher aquele 'vazio em branco'.

Escrevia com naturalidade, por prazer e mais do que isso, porque minha imaginação infantil e pura borbulhava, e eu não sabia de que outra maneira eu poderia passar aquela sensação às pessoas senão escrevendo.

Era um ritual: usava sempre uma folha de sulfite para fazer uma capa bem caprichada, onde assim que eu escolhia o título pegava livros velhos e recortava imagens para ilustrar; depois, era outra folha de sulfite, e daí eu fazia as linhas, e depois escrevia a história que me viesse à cabeça naquele momento. Era tudo tão espontâneo.

 E com aquela letrinha tortinha, com alguns erros de português, claro, uma historinha surgia.
Singela, tinha sim repetições de palavras e faltava vírgulas em algumas frases, mas era tão 'correta', tão cuidadosa e tão íntima.

Inventava nomes para meus personagens e descobri que "Marina" era meu nome preferido na infância, em pelo menos 3 historinhas eu usei esse nome.

Um dia desses  decidi que queria encontrar esses benditos textos que eu escrevera quando criança.
Então eu e minha mãe reviramos a casa e encontramos alguns (muitos foram pro lixo porque o papel mofou :/), mas mesmo assim fiquei numa felicidade tremenda, parecia que tinha encontrado um pote de ouro no final do arco-íris.

Comecei a ler desesperadamente, e ria, e chorava, e me lembrei da minha infância, me lembrei com um certo pesar e saudade. Lembrei-me da minha doce inocência, lembrei-me que TUDO o que eu precisava para me divertir era TÃO pouco, que hoje me pergunto se realmente o que pensamos que nos traz felicidade é de fato tão importante.

E, lendo, cada vez mais, eu me emocionei comigo mesma.

Eu era uma criança. Uma criança que sonhava em ser escritora, só isso, e nada mais.

E eu quase virei uma  mesmo!

Uma professora minha da época leu meus textos e queria levar em uma editora, mas até hoje não sei direito por que cargas d'água não deu certo. Se não engano foi porque a editora exigiria trabalhos, e por eu ser muito jovem minha mãe preferiu não 'aceitar' essa condição.

Não virei escritora, mas tudo bem, eu tinha uma sensibilidade especial, não posso negar. Gostaria de ser hoje o 'eu' da minha infância. Pura, inocente, inteligente, criativa!

A Alessandra de 1998  escreveu historinhas 'bobinhas', mas que sinto a necessidade de postar, para que eu possa ler mesmo quando as folhas não existirem mais.


Obs.: apenas digitei o conteúdo que eu mesma escrevi quando era criança. As únicas coisas que alterei - eu diria na verdade, 'aperfeiçoei' - foram: uso de vírgulas e alguns errinhos bobinhos de português. Não mudei em nada a essência das histórias, estão exatamente da maneira que redigi há anos atrás.

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